A Corrida da Polícia Civil do Paraná (PCPR) é hoje uma das provas mais tradicionais e antigas de Curitiba. Criada em 2003, em comemoração aos 150 anos da instituição, nasceu da iniciativa do Delegado de Polícia Luciano de Pinho Tavares, que idealizou uma corrida pedestre para aproximar a corporação da comunidade.

A primeira edição enfrentou grandes desafios de organização, mas, com o apoio da Escola Superior de Polícia Civil, de órgãos municipais, da Polícia Militar e de diversas unidades da própria PCPR, como o Centro de Operações Policiais (Cope), o evento tornou-se realidade. A iniciativa comoveu os funcionários que colaboraram para que a prova acontecesse.

Na estreia, 243 atletas se inscreveram, com inscrições realizadas presencialmente na Escola Superior de Polícia Civil. No segundo ano, o número subiu para 400 participantes e, na terceira edição, em 2005, cerca de 600 corredores participaram, mostrando o crescimento rápido e o interesse crescente da comunidade. A última edição, em comemoração aos 170 anos da PCPR, em 2023, contou com mais de mil inscritos.

Na primeira edição, o objetivo central foi promover a interação entre a comunidade e a instituição. Por isso, o percurso, desenhado pelo próprio fundador, foi cuidadosamente planejado para passar pelo maior número possível de unidades da PCPR.

A largada, tradição que se mantém até hoje, ocorreu em frente à Escola Superior de Polícia Civil, seguindo pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, Grupo Tigre, 9º Distrito Policial, antiga sede da Delegacia de Delitos de Trânsito, na Rua Vicente Machado. Posteriormente, o trajeto passava pelo antigo Cope, situado na Rua Augusto Stellfeld, e pela Delegacia Antitóxicos, no bairro Batel. Ao todo, eram 12 quilômetros que permitiam à população interagir e conhecer de perto a estrutura das unidades da PCPR.

A classificação dos competidores era feita de forma artesanal: cada participante recebia uma senha plastificada com nome, número e categoria. Ao cruzar a linha de chegada, entregava-a a um funcionário da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), que a colocava em um espeto para registrar a colocação. Hoje, o processo é moderno e realizado por meio de chips eletrônicos que cronometragem automaticamente o tempo de cada atleta.

Segundo o delegado Luciano de Pinho Tavares, idealizador da prova, a cada ano, era perceptível o interesse da população em participar da corrida.

“Eu percebia que o interesse da comunidade em participar da nossa corrida crescia a cada ano. Na terceira edição, lembro que enfrentamos muita chuva e, na época, não tínhamos um ginásio de esportes. Acolhemos todos na escola, nos corredores, abrimos vestiários e demais instalações para que os atletas pudessem se abrigar. Durante a prova, chovia torrencialmente do início ao fim, e ao final fiquei emocionado ao ver que muitos participantes me procuraram para parabenizar pela edição. Foi um momento marcante”, conclui Tavares.

Ao longo dos anos, a corrida passou por mudanças e ganhou força dentro da própria instituição. O número de policiais civis inscritos cresce a cada edição.

“A gente queria atrair os policiais civis e incentivar a participação. Era importante mostrar que o evento não era apenas uma competição, mas também um momento de integração e valorização da nossa categoria”, reforça o delegado.

A presença dos policiais na corrida tinha ainda um papel funcional: manter os servidores da instituição sempre conectados ao esporte. Conforme estabelece o Estatuto da Polícia Civil, o policial tem o dever de estar preparado para atuar em suas funções, e a prática esportiva contribui para que esteja em boas condições físicas e com melhor saúde.

Com o passar dos anos, ficou claro que a Corrida da PCPR não é apenas sobre disputar com os outros, mas sobre superar a si mesmo. Muitos atletas participam anualmente em busca de bater seu próprio recorde, numa competição saudável, que valoriza o progresso individual e o bem-estar.

A corrida da Polícia Civil também se transformou em uma tradição que une membros da instituição e a comunidade externa. Ao longo das edições, tornou-se comum ver o orgulho estampado no rosto dos policiais civis que participavam das provas, reforçando o vínculo entre corporação e sociedade.

XVIII EDIÇÃO- Desde a última edição, a PCPR inseriu temática social ao evento. Em 2023, o evento teve como tema a inclusão de pessoas autistas.

Neste ano, todo o lucro arrecadado com as inscrições será revertido para a compra de rações, que serão doadas a cinco instituições que acolhem animais resgatados em ações da PCPR.

As inscrições para a corrida seguem abertas e podem ser feitas no site da empresa organizadora. Os participantes receberão um kit com medalha, chip de cronometragem, número de peito, alfinetes e sacola de papel reciclável. A camiseta do evento pode ser adquirida separadamente no ato da inscrição. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail: corridadapcpr@pc.pr.gov.br.